Uruguai, o oásis na pandemia na América do Sul

Sem impor a quarentena obrigatória, país governado por Lacalle Pou é apontado como modelo na região e vem domando o novo coronavírus.

21/05/2020 05h00  

Por Sandra Cohen

Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'

https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2020/05/21/uruguai-o-oasis-na-pandemia-na-america-do-sul.ghtml

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Se existe um oásis na pandemia do novo coronavírus na América do Sul ele fica no Uruguai. Sem ter imposto uma quarentena obrigatória, o governo do presidente Luis Lacalle Pou conseguiu estabilizar o número de casos em 738 e 20 mortos, tornando-se modelo no continente.

É o único país da região que figura entre os 42 no mundo que vêm conseguindo vencer a doença, segundo o portal Endcoronavirus.org, um ranking realizado pelo New England Complex Systems Institute. Sustentado por uma coalizão de cinco partidos que vão do centro à direita radical, Lacalle Pou assumiu o governo no início de março, apenas 13 dias antes da chegada do novo coronavírus ao país.

Ao encerrar um período de 15 anos de governos da Frente Ampla, o presidente se viu diante do desafio da pandemia e, para não transformá-lo em pesadelo, optou por uma estratégia diferente dos demais vizinhos. Declarou emergência sanitária no país, mas evitou tratar o confinamento como obrigatório.

Em vez disso, apelou à responsabilidade dos uruguaios lançando a “Operação Todos em Casa”. Traduza-se por isso a recomendação para que cada cidadão limitasse suas saídas e respeitasse o distanciamento social.

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O governo suspendeu as aulas, fechou fronteiras e proibiu eventos de massa, mas não reprimiu quem precisasse trabalhar fora de casa. “Não está desaconselhado sair, desde que a pessoa mantenha distância de outras e use máscaras”, orientou o presidente. Lacalle Pou tentou se equilibrar entre saúde e economia, sem perder de vista a herança de um déficit fiscal em torno de 6% do PIB e o crescimento da dívida pública.

Para aplacar os efeitos da pandemia, lançou um programa de estímulo à iniciativa privada e criou um seguro destinado a quem perdeu o emprego ou teve redução de salário. Concedeu subsídios, durante dois meses, equivalentes a 160 dólares aos que estão no mercado informal. Em contrapartida, o governo reduziu, pelo mesmo período, os salários de funcionários públicos e aposentadorias.

Entoado pela OMS, o mantra “testar, testar e testar”, para rastrear o vírus, funciona no Uruguai: de acordo com o modelo Worldometer, que monitora a doença no mundo, foram realizados 10.261 exames para cada milhão de habitantes, praticamente o triplo em relação ao Brasil, onde a marca é de 3.462 testes por milhão.

Isso deu segurança na retomada, ainda que gradual, das atividades. Na semana passada, as repartições públicas voltaram a funcionar, assim como parte do comércio. As escolas reabrirão nos próximos dias, e os uruguaios já têm autorização para a prática de oito esportes ao ar livre.

Novato na presidência, Lacalle Pou passou em seu primeiro teste e domou a pandemia. Preserva a sua posição no ranking, mantendo fechadas as fronteiras com o vizinho Brasil, comandado pelo aliado Jair Bolsonaro, onde a doença avança sem freios.


O sucesso do Uruguai na Pandemia tem sido notícia em todo o mundo:

CLARÍN (ARGENTINA):

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https://www.clarin.com/internacional/uruguay-gana-coronavirus-cuarentena-medidas-tomaron-evitar-contagio_0_zpNUz7FQX.html

Pese a que no aplicaron el aislamiento obligatorio y la actividad comercial no fue interrumpida, las autoridades lograron reducir la cantidad de casos con COVID-19.

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Uruguay ha conseguido, por medio de las medidas adoptadas por el Gobierno, poner freno a la proliferación del coronavirus. Mientras en la mayor parte de las naciones de la región la cantidad de infectados por el COVID-19 va en aumento, la situación del país oriental es la opuesta: no se aplicó una cuarentena general obligatoria y la actividad comercial no fue interrumpida en su totalidad, pero aún así disminuyó el número de contagiados que se detectan por día.

El 13 de marzo, apenas se conocieron los primeros cuatro casos positivos de coronavirus, las autoridades uruguayas decretaron la "Emergencia sanitaria" y decidieron aplicar cinco pasos para hacer frete a la pandemia, que resultarían clave para el gradual regreso a la normalidad a partir de mayo.

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Entre esas medidas tomadas por los funcionarios se destaca la suspensión de clases, eventos masivos y actividades no esenciales, el cierre de las fronteras internacionales y la aplicación de la "Operación todos en casa", que permitió la repatriación de ciudadanos uruguayos varados en el exterior.

Además, el Estado solicitó créditos por 1.400 millones de dólares a bancos regionales para financiar las medidas tomadas para la lucha contra el Covid-19 y creó el Fondo Coronavirus, gracias al aporte del 20 por ciento de los salarios de ministros, legisladores y otros funcionarios públicos.

La campaña se vio reforzada por la solidaridad manifestada por el sector privado. Mientras un grupo de productores agropecuarios aportó unos 100 millones de dólares, varias marcas alimenticias donaron productos para los sectores más carenciados.

En cuanto a los cuidados para evitar los contagios, en lugar de ordenar un confinamiento obligatorio para la población, el Gobierno recomendó limitar las salidas de los hogares. "Si se toman los recaudos, si se aplica el distanciamiento social y se usa tapaboca, salir no está desaconsejado", justificó el presidente Luis Lacalle Pou.


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Por su parte, la vicepresidente Beatriz Argimón consideró que el mandatario "nunca tomaría una medida contra el coronavirus que no tenga en cuenta la libertad del individuo". De a poco, a mediados de mayo reabrieron sus puertas distintos organismos públicos y locales comerciales, se reiniciaron las clases en escuelas rurales de todo el país, la gente se volcó masivamente a los espacios públicos y fueron retomadas decenas de obras en construcción.

Otra las medidas fue la realización de test masivos. Desde que comenzó la epidemia se realizaron 34.384 test, con 887 positivos, aunque esa cifra incluye a personas que dieron positivo más de un test.

Hasta el 19 de mayo, la Organización Mundial de la Salud contabiliza 737 casos positivos y veinte muertos por coronavirus en Uruguay, además de 569 personas que habían contraído la enfermedad y lograron recuperarse.

La epidemia está concentrada en la capital, Montevideo (con 104 activos de un total de 148), y hay personas contagiadas en otros siete de los 19 departamentos en los que se divide el país.

Las próximas medidas de Uruguay contra el coronavirus

El presidente de la Uruguay, Luis Lacalle Pou, tiene previsto en los próximos días anunciar un plan de reanudación de las clases de enseñanza primaria. Las escuelas rurales ya dictan sus actividades con normalidad.

Por otra parte, la práctica al aire libre de ocho deportes (atletismo, ciclismo, gimnasia, tenis, pelota, tiro al arco, vela y canotaje) ya esta habilitada desde el sábado cumpliendo con estrictos protocolos sanitario. Algunas más se irían sumando próximamente. A su vez, Uruguay está en un proceso de normalización de algunas actividades como la construcción.



Rachid